
Assembléia de criação da Fundação Gorceix.
1 – Francisco de Paula Negreiros Sayão Lobato
2 – Tomé Salgado Reis
3 – Fabiano Expedito de Negreiros Sayão Lobato
4 – Eudes Prado Lopes
5 – Geraldo de Oliveira
6 – Adherbal Castilho Coelho
7 – Marcos Carneiro de Mendonça
8 – Amaro Lanari Júnior
9 – Justo Pinheiro da Fonseca
10 – Celso Coelho de Souza
11 – João Tavares Neiva de Figueiredo
12 – Luiz Alves de Almeida
13 – Antônio José Alves de Souza
14 – Francisco de Paula Assis Figueiredo
15 – Francisco Saturnino Rodrigues de Brito Filho
16 – Theófilo Marques Álvares da Silva
17 – Lucas Lopes
18 – Cassio Umberto Lanari
Final da década de 50 e início dos anos sessenta, o Brasil respirava modernidade e dinamismo com o
governo de Juscelino Kubistchek. Nesta mesma época, um grupo de ex-alunos da Escola de Minas se movimentava
para criar uma entidade de apoio à instituição onde estudaram.
A ideia de se criar a Fundação Gorceix foi lançada pelo Eng. Amaro Lanari em seu discurso pela
Associação dos Antigos Alunos durante a Assembleia comemorativa do 83º aniversário da Escola de Minas,
em 12 de outubro de 1959.
Em 18 de abril de 1960, foi então lavrada a Escritura Pública de Constituição da Fundação Gorceix,
em Sessão Solene na Escola de Minas de Ouro Preto, com a presença do então Presidente da República
Juscelino Kubitschek, do Governador de Minas, Bias Fortes, e do Ministro da Educação e Cultura,
Clóvis Salgado. Estiveram também presentes à solenidade os presidentes da Cia. Vale do Rio Doce,
Petrobrás, Alumínio Minas Gerais, Siderúrgica Nacional, Acesita, Belgo Mineira, Mannesmann,
Magnesita, Cia. Brasileira de Engenharia, Ferro Brasileiro, Lanari S/A, Cia. Mineira de Metais,
Mineração e Usina Wigg, São Roberto, Mineração Geral do Brasil, Hanna, Usiminas, Braenco,
Cia. Brasileira de Alumínio e da Confederação Nacional das Indústrias – CNI
Estava assim criada a Fundação Gorceix, concebida como uma entidade jurídica de direito privado,
sem fins lucrativos, de utilidade pública, para fins de pesquisa científica e tecnológica,
de assistência social, de educação, de cultura e de incentivo a atividades voltadas para o
desenvolvimento industrial brasileiro, priorizando, em seus diversos projetos contratados,
a participação de professores e alunos da Escola de Minas de Ouro Preto.
“É sagrado e intocável o que existe
em Ouro Preto de recordação do
seu passado glorioso de metrópole
dos mineradores, dos tempos de Gorceix
e seus primeiros sucessores, sem que isso
signifique que a cidade, reservado o
monumento nacional, não possa
crescer e abrigar, condignamente,
os mestres e estudantes de minas.
O que venho sugerir, porém, é de outro estilo.
É como se fora uma fração de cidade
universitária, criada e mantida por uma
fundação – a Fundação Gorceix".
Amaro Lanari
Os primeiros anos, os
primeiros resultados
A Fundação Gorceix no dia de sua criação recebeu primeiras doações de pessoas físicas e jurídicas para iniciar
seu trabalho. No primeiro ano recebeu compromissos de doação por parte das empresas no montante equivalente
a US$ 2,7 milhões a serem incorporados em cinco anos. E foi com todo esse patrimônio que começou suas atividades.
Em novembro de 1960, o prédio da sede foi adquirido, as atividades estatutárias iniciadas, assim como a arrecadação
de doações e contribuições. Em 1961, a Fundação Gorceix concedeu as primeiras bolsas de estudos,
beneficiando diretamente 19 bolsistas.
Em 1962, a Instituição começa a ser ampliada e novos prédios foram adquiridos para suas atividades.
Em 1963, foi criado o Centro de Estudos Superiores de Ciências Mínero-Metalúrgicas para a realização de pesquisas científicas,
posteriormente chamado de Instituto Costa Sena. Em 1965, foram assinados contratos para a complementação dos projetos
de construção e, no ano seguinte, iniciaram-se os serviços de sondagem em convênio entre a Escola de Minas e a Fundação Gorceix.
Em 1966, a Instituição propôs-se a trabalhar com os estudantes e não para os estudantes. Por seis anos, manteve um
tipo especial de bolsa de estudo para o aluno, que assumia o compromisso de frequência integral e dedicação exclusiva,
sem exercer outra atividade remunerada ou receber mesada.
A bolsa era oferecida aos estudantes, que obtinham as melhores classificações no concurso de admissão à Escola de Minas,
independentemente de sua situação financeira. Este benefício cobria todas as despesas de manutenção de um
estudante em Ouro Preto, incluindo ajuda para o material didático. Paga adiantada e mensalmente,
a bolsa abrangia 12 meses, inclusive o período de férias ou de preparação para a segunda época.
Sua renovação dependia da aprovação em todas as disciplinas e o valor era ajustado conforme a variação do
custo de vida. Entre 1965 e 1966 atingiu-se o total de 49 bolsistas. A Fundação Gorceix mantinha ainda
70 bolsas de alimentação para alunos carentes, no valor de 20% a 100% do custo das refeições no restaurante escolar.
Também foram concedidas quatro bolsas de pós-graduação no exterior e mais 7 renovações.
No período de 1960 a 1966, foram concedidas 119 novas bolsas e realizadas 112 renovações.
A Fundação Gorceix não limitava a sua atuação aos alunos bolsistas.
Todos os alunos da Escola de Minas podiam receber benefícios de acordo com os critérios pré-estabelecidos e,
em certos casos, condicionados à situação financeira individual. Assim, entre os benefícios concedidos,
os estudantes recebiam assistência médica e dentária, vagas em cursos de línguas e cursos especiais extracurriculares,
empréstimos de livros, biblioteca especializada, auxílios para estágio e suplementações especiais.
As entidades estudantis também recebiam apoio para promoções culturais, artísticas e esportivas.
No início de sua história, a Fundação Gorceix era mantida por meio de doações e contribuições de empresas e ex-alunos.
Mas em seis anos, devido à inflação, seu patrimônio foi reduzido a menos de 1/5 dos bens presumidos nessa época.
Nesse momento, a Instituição precisou se reinventar e lutar para crescer e viver.
Para isso, novas formas de arrecadações foram estabelecidas, como a prestação de serviços de consultoria e pesquisas
para as empresas mínero-metalúrgicas.
Desta forma, a Fundação Gorceix tornou-se autossuficiente financeiramente e tendo condições de ampliar suas atividades,
cumprindo assim plenamente os objetivos propostos pelos seus criadores.
A Fundação Gorceix posicionou-se de forma efetiva rumo ao futuro ao inaugurar a sua nova sede em 2004
e a instalação de seu novo Campus Tecnológico e Administrativo, preparando-se para os novos desafios e
para o crescimento a que se propunha.
Apesar das inúmeras barreiras, a Fundação Gorceix desde então cresceu e expandiu seus horizontes,
buscando sempre parcerias sólidas e produtivas que têm lhe proporcionado resultados positivos para a
consolidação de sua estrutura organizacional, a continuação de sua nobre missão de apoio ao aluno da
Escola de Minas/UFOP e da própria Escola, inspiração maior de seus idealizadores.
Se a Fundação chegou no patamar de credibilidade, desenvolvimento tecnológico e de ser capaz de
atender os alunos da Escola de Minas e à própria Escola, deve-se muito ao grandioso trabalho realizado no passado e a
contribuição daqueles que foram responsáveis pela construção do presente.
A Fundação Gorceix, neste século XXI, abre-se para novos desafios, preparando-se para concretização de ações e de
sonhos de cidadania insculpidos em seu estatuto, desde sua criação.
Ao longo de sua trajetória de mais de 60 anos, a Gorceix manteve vivos seus valores, cultura e tradição,
sem nunca esmorecer. Seu propósito é o avanço em direção ao futuro, sempre se modernizando e
ampliando suas atividades, sem se afastar de seu compromisso ético para com a sociedade,
que se traduz no apoio à ciência, educação e cultura, sempre tomando como premissa básica a
responsabilidade social e ambiental.
Hoje inserida e consolidada no contexto nacional, pode-se dizer que a Fundação Gorceix nasceu de um ideal,
foi conduzida pelos sonhos e abnegação de muitos e a cada dia se transforma estendendo cada vez mais seus ideais,
ampliando sua missão e investindo no que considera seu maior patrimônio: o cidadão.